A Revolução da Re-invenção

A natureza nos mostra que toda transformação é cíclica e que tudo ao nosso redor acompanha uma tendência, por sua vez cíclica. Não só a natureza, mas o indivíduo se mostra cíclico, pois as modas nas passarelas são reinventadas a cada temporada e repetidas após anos, e assim são inúmeras atividades.

A mais nova “arma” dos estrategistas e profissionais de Marketing, o tão falado Marketing de Relacionamento, nada mais é do que a volta de uma antiga prática da bodega da esquina.

Houve um tempo, dos armazéns, das quitandas e das pharmácias, escritas exatamente assim, em que o comerciante conhecia e tratava cada um de seus clientes pelo nome. O famoso caderninho de conta tinha todas as informações. As compras do mês, o tamanho da família, as últimas novidades dos parentes, todas essas informações faziam parte do cotidiano do “empresário” daqueles tempos. De certa forma, existia um relacionamento entre as partes.

O advento da tecnologia fez com que as informações fossem traduzidas em estatísticas de previsões, metas, ticket médio, curvas ABC e uma série de sistemáticas onde o foco deixou de ser o cliente. O nome do cliente foi esquecido, o código de barra foi enaltecido e os processos que antes eram de cliente lidando com funcionários passou para clientes lidando com máquinas e funcionários lidando com números.

De repente, meio que pegos num surto de nostalgia, talvez até influenciados pelo ex-presidente Itamar Franco, os empresários sentiram a necessidade de resgatar antigos valores e hábitos que há muito tinha se perdido. Obviamente que o velho caderninho não teria mais espaço, apesar da filosofia pretendida ser a mesma. Foi criado o conceito de agregar valor e a grande (re)Invenção ganhou o nome de Marketing de Relacionamento, onde o grande objetivo era a fidelização dos clientes.

Na nova era dos negócios onde o Marketing é valorizado e o cliente é o centro das atenções, a tecnologia agora faz o trabalho inverso ao que se propusera, a personalisação do serviço e do produto. Portanto, da próxima vez que você for às compras, não tenha vergonha de perguntar se dá pra colocar na conta.


Carlos Eduardo C. Farias - Engenheiro Civil e graduado em Marketing, atua como consultor de Marketing para Micro e Pequenas Empresas. (ce.farias@uol.com.br)