E-commerce levanta vôo, também no Brasil

Existe uma certa tradição no mundo dos negócios de que tudo que ocorre nos Estados Unidos em termos de mercado ocorre no Brasil alguns anos depois. O e-commerce não foge a essa regra. As vendas por meio da Internet começaram a deslanchar nos Estados Unidos por volta de 1995, com o surgimento da Amazon.com e outras empresas. Cinco anos depois no Brasil o e-commerce começou a ser levado a sério e diversas lojas virtuais começaram a aparecer no horizonte da Internet. Desce então, da mesma forma que o ocorrido nos Estados Unidos, as vendas não pararam de crescer no Brasil, conforme atestam os números do primeiro semestre publicados recentemente pela empresa eBit[1]. Os principais destaques são os seguintes:

Maior faturamento. O montante faturado no setor foi de R$ 745 milhões, nada menos que 50% acima do faturado no primeiro semestre do ano passado. É bom frisar que estamos falando do varejo on-line puro, que não considera vendas de automóveis, leilões, passagens aéreas. Trata-se de milhares de lojas virtuais vendendo roupas, bebidas, remédios, livros, cd, eletrodomésticos, entre outros. É um excelente faturamento tendo em vista, o pouco tempo de existência do setor e mais importante que o número em si é a tendência constante de crescimento que pode ser visualizada claramente pelo gráfico abaixo:



Conforme mostrado pela tabela o faturamento saltou de R$ 197 milhões para R$ 745 milhões num período de 4 anos, nada menos que um aumento médio de 69% ao ano.

Maior volume de vendas. Ainda segundo o eBit, o crescimento acelerado de 50% no primeiro semestre , deveu-se a um maior volume de mercadorias vendidas (+35%), e também a um aumento no tíquete médio de compras (+10%) que chegou a R$ 300 reais com um aumento na preferência por itens de maior valor unitário como eletro-eletrônicos. Esse dado também reitera o poder de compra do e-consumidor. Para se ter uma idéia, nas “Lojas Americanas” varejista que atua nos dois canais, o valor médio de compra na loja tradicional é de cerca de R$ 20 contra R$ 286 em sua loja virtual, segundo reportagem publicada no jornal Estado de São Paulo.

Mais consumidores on-line. A quantidade maior de e-consumidores que passou de 2,5 milhões para 2,75 milhões foi uma das razões para o aumento no volume de vendas mas não é a única. Os compradores antigos também estão comprando com mais freqüência, segundo a e eBit, o que indica que o ato de comprar pela Internet está deixando de ser uma novidade para se tornar um hábito.

Há cerca de quatro anos atrás, quando o e-commerce dava os primeiros passos, era preciso argumentar muito com as pessoas para tentar provar que a venda pela Internet iria se viabilizar. Hoje é muito mais fácil, basta mostrar os números e fazer a pergunta. Existe algum outro setor da economia que cresça a essas taxas no Brasil?

[1] www.ebitempresa.com.br [2] Fonte: eBit

Dailton Felipini é Mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas. Consultor e Professor de Comércio Eletrônico na Universidade Ibirapuera. Editor dos sites: www.e-commerce.org.br e www.abc-commerce.com.br